Assim como nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a delegação feminina brasileira foi a maior na história nas Paralimpíadas que ocorreram do dia 24 de agosto ao dia 5 de setembro de 2021. Dos 260 atletas brasileiros, 164 eram homens (60%) e 96 mulheres (40%). Uma tendência incentivada pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC), o número de mulheres na delegação brasileira cresceu mais de 400% desde os Jogos de Atenas em 2004. No geral, em 2021, foram 1782 atletas de 170 países competindo em 21 modalidades.
Os Jogos Paralímpicos, no formato como conhecemos hoje, acontecem desde 1960, ano em que o evento foi sediado em Roma, na Itália. Porém, a origem das Paralimpíadas teve início em 1939, quando o neurologista alemão Ludwig Guttmann organizou um conjunto de competições esportivas para veteranos que retornaram da Segunda Guerra Mundial com lesão na medula espinhal.
Apesar de os Jogos Paralímpicos terem origem em 1960, a primeira participação brasileira feminina aconteceu somente nos Jogos de Toronto, em 1976. As pioneira foram Beatriz Siqueira, que competiu na natação e no Lawn Bowls, e Maria Alvares, que disputou provas no atletismo e tênis de mesa.
Medalhas delas
Nos Jogos de 1984 em Nova York (Estados Unidos) e Stoke Mandeville (Inglaterra), as atletas do Brasil foram a maioria nos pódios e conquistaram mais medalhas do que os homens: 19 das 28 medalhas, sendo cinco ouros, 12 pratas e dois bronzes.
O sucesso das mulheres nessa edição foi graças ao desempenho de Márcia Malsar, Amintas Piedade, Anelise Hermany e Miracema Ferraz (a primeira atleta brasileira a conquistar seis medalhas em uma única edição dos Jogos Paralímpicos), todas do atletismo, e Maria Jussara Mattos, da natação.
O maior número de mulheres medalhistas aconteceu no Rio-2016 quando 30 atletas femininas subiram ao pódio (incluindo os esportes coletivos). Ainda assim, menos do que a metade dos 74 masculinos.
Como destaque, não podemos deixar de citar Ádria Santos, que conquistou 13 medalhas no atletismo entre Seul-1988 e Pequim-2008: quatro ouros, oito pratas e um bronze, sendo a maior medalhista feminina do Brasil nas Paralimpíadas.
Vem conhecer um pouquinho da história de mulheres que representaram o Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio em 2021
Alana Maldonado, medalha de ouro no judô
A atleta de 26 anos, que é a atual campeã mundial, já havia sido medalha de prata na Rio 2016. Ela perdeu parte da visão aos 14 anos pela doença de Stargardt e seguiu com o judô, que pratica desde os 4 anos, até se tornar a primeira campeã paralímpica pelo Brasil.
Mariana D’Andrea, medalha de ouro no halterofilismo
A atleta brasileira de 23 anos levantou 137kg e garantiu um ouro inédito para o Brasil no halterofilismo. Mariana chegou favorita em Tóquio, como atual líder do ranking mundial. A paulista de Itu tem nanismo e pratica o esporte desde 2015.
Cecília Araújo, medalha de prata na natação
Aos 22 anos, a potiguar de Natal conquistou sua primeira medalha paralímpica na classe para deficientes funcionais ao bater em segundo lugar nos 50m livre, com 30s83.
Julyana da Silva, medalha de bronze no lançamento de disco
A carioca Julyana da Silva, 26 anos, conquistou o bronze no lançamento de disco F57, ao marcar 30m49 no arremesso. A atleta, que nasceu com uma má formação congênita na perna direita (que teve de ser amputada), começou a competir aos 16 anos.
Fontes:
Vanessa tem 18 anos e mora no sul de Minas Gerais. É redatora do ElaSTEMpoder e está em um ano sabático. É apaixonada por contar histórias através da escrita e de produções audiovisuais - a arte caminha ao lado da ciência pra ela. Fã de qualquer banda indie folk, está sempre procurando por novos lugares para ver o pôr do sol.
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